Exposição RECORTES de Janete Kislansky

Data de publicação: 25 de set de 2019


Janete Kislansky
Imagens sensíveis e criativas

Entre a fotografia e a pintura, Janete Kislansky desenvolve a técnica da colagem.

Artista experiente, com amplo conhecimento da história e das técnicas da arte, ela desenvolve mais um capítulo de sua carreira, criando imagens interiores, através do desenho feito com a tesoura. Recortando o papel e colando cuidadosamente sobre folhas de papel previamente escolhidas, observando a qualidade das texturas e das cores.

Desde a antiguidade a colagem marca o seu registro na história da arte. Era utilizada pelos povos antigos como o mosaico – utilização de pedras coloridas em paredes ou outro tipo de suporte e também folhas de ouro sobre as estátuas.

Com a invenção do papel a colagem passou a ser usada em manuscritos chineses.

O movimento modernista utilizou a colagem, sobretudo os cubistas, entre os mais evidentes, Picasso e Braque.

Matisse (1864-1954) em seus últimos anos de vida, incapacitado para a pintura ao experimentar desenhar com a tesoura, acabou por demonstrar que a arte não tem mesmo limites.

As novas tecnologias impulsionaram as artes de vanguarda e a colagem, na história da arte, passou a ter grande destaque. Muitos artistas assumiram esse tipo de técnica e descobriram mundos de encantos e possibilidades.

O que encanta na arte da colagem realizada por Janete é o bom gosto, a sensibilidade na arrumação dos recortes e, sobretudo, a utilização das formas, cores e texturas. Cada recorte é colado sobre o suporte de forma a transmitir ao espectador o estado de espírito da artista no momento de elaboração do trabalho. Suas formas despertam em cada contemplador emoções e sugestões mais profundas e diversificadas, segundo suas peculiaridades de sua sensibilidade.

Sem representar a aparência figurativa, as linhas e cores adquirem novos valores expressivos, uma vida própria e intensa.

Valendo-se das novas possibilidades tecnológicas, Janete, a partir das colagens, realiza gravuras diferenciadas que guardam a sensibilidade dos originais e levam o trabalho a uma nova etapa, mantendo a qualidade das cores e a sutileza das texturas.

Salvador, junho de 2014.

 

Justino Marinho

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