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Visitação fica aberta até o dia 5 de agosto
Por Rafaela Dultra (Agenda de Arte Cultura UFBA)
Como um testemunho da passagem de três séculos desde sua fundação, a Escola de Belas Artes traz a exposição “Fluxos Visuais de 1877”, que estreou na terça-feira (12), às 19h, na Sala Contemporânea Mario Cravo Jr, do Palacete das Artes.
A mostra propicia a visibilidade das atividades ininterruptas da Escola de Belas Artes e reúne a produção prático-teórica dos seus mestres. O evento tem coordenação geral da Diretora da EBA, Profª Drª Nanci Santos Novais, e curadoria de de Eriel Araújo, Luiz Freire, Ricardo Bezerra e Viga Gordilho.
A abertura contou com a performance “(Há)Nônimo”, de Ricardo Biriba. A visitação começou na quarta (13) e vai até 5 de agosto.
Serviço:
O quê: Mostra Coletiva: EBA 140 anos – Fluxos visuais desde 1877
Visitação: 13 de junho a 5 de agosto
Onde: Sala Contemporânea Mario Cravo Jr.,no Palacete das Artes (Rua da Graça, 284, Graça)
A coletiva conta com textos dos curadores e da diretora da EBA.
EBA 140 anos FLUXOS VISUAIS desde 1877
É com profunda satisfação, como egressa, professora e atual diretora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, que apresento a exposição “EBA 140 anos – Fluxos visuais desde 1877”, gentilmente acolhida no Palacete das Artes no período de 12 de junho a 05 de agosto de 2018, concernente às comemorações do 140o aniversário de fundação da nossa unidade de ensino.
Esta exposição recorta, parcialmente, um panorama da produção artística e científica dos mestres da nossa Escola, desde o último quartel do século XIX até nossos dias, quando ela se apresenta consciente do seu compromisso como lugar de reflexão, comprometida com um ensino integral, amplo e atualizado, nas áreas das artes visuais e do design.
Certa que haverá outros feitos, outras atuações dignas de comemoração no futuro, não podemos nos esquecer de reverenciar seu passado e, principalmente, aqueles que o protagonizaram: professores, servidores técnicos, alunos e amigos que, com abnegação, devoção e compromisso, nunca deixaram de lutar contra a descontinuidade deseu funcionamento. Nesse sentido, reverencio aqui a atuação de grandes mestres que, além de grandes artistas, atuaram como diretores: Prof. Miguel Navarro y Cañizares, seu criador, de 1877 a 1882; Prof. João Francisco Lopes Rodrigues, diretor que assumiu a Academia com a saída de Cañizares e atuou de 1882 a 1893; Prof. Ignácio de Mendonça Filho, responsável pela incorporação da Escola à Universidade da Bahia, diretor de 1946 a 1961; Prof. Juarez Marialva Martins Paraiso, Professor Emérito da UFBA, que, desde a década de 1950, vem atuando como grande líder, defensor da renovação do ensino das artes, buscando sempre o reconhecimento e a valorização da centenária Escola. Assim, cada um no seu tempo, esses mestres marcaram grandes feitos e, através deles, reverencio todos que deram apoio e trabalharam com eles nos seus respectivos períodos. Meu desejo é que nossa Escola de Belas Artes continue viva e atuante para que as gerações futuras de professores e discentes possam atuar com responsabilidade e rigor profissional no desenvolvimento de propostas que respondam às expectativas da sociedade de seu tempo.
Pensando assim, deixo registrados aqui meus mais profundos agradecimentos a todos que acreditaram na realização desta grande mostra comemorativa. Agradeço à Universidade Federal da Bahia pela atenção das Pró-Reitorias– PROEXT, PROPLAN e PROAD –e também de sua Editora, a EDUFBA, que comungam com a sensibilidade do Reitor, Prof. João Carlos Salles, e do Vice-Reitor, Prof. Paulo Miguez, no apoio à área das artes, uma marca deste Reitorado. Meus sinceros agradecimentos ao Diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, e à sua equipe, por abrir as portas desse precioso espaço para abrigar nossa comemoração.
Por fim, agradeço muitíssimo a meus colegas professores, que atenderam à convocatória para compor a referida mostra, em especial às Comissões, Organizadora e Curatorial, e particularmente, aos estudantes, aos servidores técnicos, e à turma terceirizada de serviços gerais da EBA-UFBA, na certeza de que, unidos, podemos garantira continuidade da Universidade pública, gratuita e de qualidade.
Nanci Novais Doutora em artes visuais,
professora e atual diretora da EBA-UFBA
EBA 140 anos FLUXOS VISUAIS desde 1877
A atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia apresenta, nesta exposição, uma produção parcial dos seus mestres. Desde sua fundação, em 1877, seus artista-docentes e teórico-docentes vêm acompanhando mudanças significativas no sistema das artes, seja pela inclusão de novos procedimentos do fazer artístico, seja pelo enfrentamento de guerras, condições sociais adversas e até mesmo a negação da própria arte. Com isso, surgem obras que colidem com movimentos e reflexões sobre a arte e a realidade social em cada época. Hoje, não há espaço para exclusões, pois os modos de existência da arte se ampliam e dissolvem barreiras entre arte e vida. Nessas perspectivas, as obras aqui expostas revelam a diversidade multirreferencial e multicultural inerente a seus autores. Nelas, o passado e o presente indicam outros fluxos para o futuro da produção artística.
Esta exposição reflete a criação e a produção intelectual dos que atuam nos quatro cursos de graduação (Artes Plásticas, Licenciatura em Desenho e Plástica, Superior de Decoração e Design) e no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da EBA-UFBA. Enfatizamos que esse último vem desempenhando um papel de grande relevância na qualificação de artistas, professores e teóricos, abrangendo pesquisas aprofundadas sobre processos criativos contemporâneos, história, teoria e crítica da arte. Somado às obras dos artistas-professores atuais, uma parte do acervo artístico da EBA-UFBA está presente nesta mostra, pontuando significativas contribuições daqueles que se empenharam para a permanência do ensino da arte na Bahia.
Lembramos que os esforços iniciais para a implantação de uma Academia de Belas Artes na Bahia se deve aos pintores Miguel Navarro y Cañizares e João Francisco Lopes Rodrigues, além do Presidente da Província, Henrique Pereira de Lucena. Naquele momento, Cañizares abriu as portas da sua própria casa para que a Academia pudesse funcionar. Somente em 1948 a Escola de Belas Artes passou a fazer parte da Universidade Federal da Bahia. Atualmente situada na Avenida Araújo Pinho 212, ela possui laboratórios para o desenvolvimento de diferentes processos de criação artística e design, além de salas equipadas para atender a aulas teóricas e apresentações de pesquisas e seminários. Além desses espaços, destacamos a Galeria Cañizares, que desempenha importante papel nas atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas na EBA-UFBA.
Assim, comemorando uma trajetória de 140 anos de atividade ininterrupta, a Escola de Belas Artes celebra, com esta exposição, o encontro de gerações de seus mestres, aqui representados por sua produção artística e suas reflexões históricas e teóricas.
Os curadores
Registros da abertura no dia 12 de junho.